Uma batalha vencida na luta esquecida (pelos amapaenses!) contra o massacre de nossos golfinhos: A audiência ocorrida no dia 12 de Abril (segunda-feira) na 2ª Vara Federal do Amapá, sobre a violenta morte de 83 golfinhos na costa do estado, comprovou a pesca intencional destes animais no ano de 2007. O dono da embarcação, Jonan Queiroz de Figueiredo, responsável pela chacina, admitiu o crime intencional e revelou ter vendido a carne desses cetáceos como isca para pesca ilegal de empresas estrangeiras!
Durante o seu depoimento, Jonan Queiroz Figueiredo foi interrogado pelo diretor jurídico da Sea Sheapherd Brasil, Cristiano Pacheco, que questionou a afirmação minimamente ridícula do réu de que os mais de 80 animais haviam sido pegos acidentalmente devido a se entrelaçarem na rede de pesca. Para tornar seu depoimento ainda mais suspeito, Figueiredo alegou não saber a distância legal mínima da costa permitida para a pesca motorizada com rede. Lembro a todos que o réu é conhecedor da atividade profissional da pesca, a qual exerce há anos, e proprietário de uma grande embarcação.
O oceanógrafo da Sea Sheapherd, Antônio Philomena, afirmou ao Juiz: “dificilmente 83 golfinhos ficariam emaranhados acidentalmente em uma rede de malha". "Ao que tudo indica, não houve emaranhamento dos animais, assim como a captura não foi acidental”.
De acordo com os funcionários da ONG Sea Sheapherd, o depoimento de Figueiredo foi bastante tenso. E, depois de algumas perguntas diretas, o réu confessou que os 83 golfinhos massacrados em 2007 foram entregues, em alto mar, para uma embarcação de pesca para serem utilizados como isca de tubarão.
"Desconfiávamos desta ação, mas uma confissão pública, em juízo, foi um choque”. “O Brasil é referência mundial na proteção de cetáceos. Saber que estão sendo utilizados como isca de tubarão para uma atividade clandestina e mafiosa que atende ao mercado asiático é uma vergonha para nós cidadãos e conservacionistas", afirma Cristiano Pacheco.
O representante do IBAMA revelou mais situações catastróficas ocorrentes no Amapá: segundo ele, é comum o surgimento de embarcações pesqueiras asiáticas, japonesas e norueguesas na área costeira do Amapá, em especial na região do Oiapoque, onde a fiscalização deixa a desejar. Disse também que embarcações nacionais geralmente prestam serviços de pesca para embarcações estrangeiras, de forma irregular e sem qualquer fiscalização. O IBAMA admitiu que a pesca marinha no estado é descontrolada, pois não há efetivo nem aparelhamento mínimo para a fiscalização.
Mais uma vez gostaria de agradecer do fundo do coração à Sea Sheapherd por continuar lutando e se preocupando com nossa fauna aquática! Também gostaria de expressar minha profunda tristeza ao saber que muitos amapaenses sequer tem conhecimento do crime ambiental acometido... E os que lembram não dão significado ao acontecido... Talvez acomodados demais, ou talvez insensíveis demais... Me pergunto: como e quando vamos mudar isso?
ATENÇÃO:
A próxima audiência foi designada para o dia 24 de julho, às 9h, na Justiça Federal do Amapá, em Macapá.
Estou convidando a todos os meus colegas biólogos e simpatizantes da causa à nos reunirmos em frente à Justiça Federal do Amapá, no dia da audiência, para que possamos dar nosso apoio e mostrar que uma parte da população do Amapá não está omissa ao problema. A idéia é distribuir panfletos para a população e levantar cartazes em uma manifestação pacífica, ordenada e silenciosa, enquanto durar a audiência!
Venha você também fazer parte da história do nosso Amapá!
Para maiores informações ou troca de idéias, entre em contato comigo.
A BIODIVERSIDADE AGRADECE!!!
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