POR UMA AMAZÔNIA PRESERVADA

Este blog é uma ferramenta alternativa de notícias sobre o meio-ambiente e suas problemáticas, pretendendo alcançar os mais variados públicos possíveis, e em especial os jovens acadêmicos. Isso é para que juntos possamos lutar pela proteção de nossa biodiversidade e pela conscientização de nossa tão teimosa espécie humana.

Dedico esse blog alternativo para um grande ambientalista do nosso estado, dr. Paulo Roberto Neme do Amorim, proprietário da RPPN REVECOM, e sua incansável luta por uma Terra melhor. Estarão sempre presentes notícias e curiosidades sobre a reserva REVECOM.

“Sempre falamos em deixar uma Terra melhor para nossos filhos, questiono-me sobre quando vamos pensar em deixar filhos melhores para nossa Terra!!!”


segunda-feira, 24 de maio de 2010

Mudanças Climáticas e Padrões Montanhosos Conduziram os Padrões de Diversidade de Mamíferos


(ScienceDaily, 8 de Maio de 2010)

Viaje desde os trópicos até os pólos, e você vai perceber que a diversidade de mamíferos declina à medida que se distancia do equador. Ande desde terras baixas até montanhas, e você verá o aumento da diversidade assim que a paisagem se tornar mais variada. Os ecologistas têm proposto várias explicações para esses bem conhecidos “gradientes de biodiversidade”, invocando processos ecológicos, evolucionários e históricos.

Novas descobertas dos pesquisadores da Universidade de Michigan, John A. Finarelli e Catherine Badgley, sugerem que as elevações do padrão de diversidade que vemos hoje têm aparecido, desaparecido e reaparecido de acordo com a história da Terra e que esses padrões originam-se das interações entre mudanças climáticas e padrões montanhosos.

Os resultados, publicados on-line na revista Proceedings of the Royal Society B, também apresentam implicações nos esforços de conservação diante dos dias atuais de aquecimento global, segundo Finarelli, um professor assistente visitante no Department of Geological Sciences.

Nos estudos, focados no período Mioceno, que teve início cerca de 23 milhões de anos atrás e término há 5 milhões de anos atrás, Finarelli e Badgley avaliaram a diversidade de mais de 400 espécies roedoras de regiões adjacentes que diferenciam em história geológica e topografia. A “região geologicamente ativa”, que se estende desde a Cordilheira Frontal da Rocky Mountains até a costa do Pacífico, tem vivenciado diversos episódios de variações nos padrões montanhosos e atividade vulcânica, e como resultado, tem uma paisagem topograficamente complexa. Em contraste, a relativamente plana Great Plains, tem sido mais geologicamente estável.

As noções predominantes têm sido que a diversidade é maior em regiões montanhosas do que em terras baixas simplesmente porque a topografia é mais complexa. As montanhas são formadas, novos habitats são criados e áreas que antes eram contínuas se tornam fragmentadas. Tais mudanças oferecem oportunidades para que novas espécies possam se originar, aumentando a diversidade.

Mas o clima também interage, segundo novos estudos. Durante o Mioceno, a longo prazo, o resfriamento global foi interrompido por intervalos quentes. Em regiões ativas, a diversidade aumentou durante os intervalos quentes de 17 à 14 milhões de anos atrás, o que coincidiu aumento das áreas montanhosas e atividades vulcânicas, segundo o que revelaram as análises. Durante o resfriamento subseqüente, a diversidade declinou nas montanhas e aumentou nas planícies.

“Essa padrão sugere que o gradiente de diversidade latitudinal surge durante episódios históricos associados com o aquecimento global e a variação em padrões montanhosos”, segundo Badgley, professora assistente no Department of Ecology and Evolutionary Biology e cientista pesquisadora no Museum of Paleontology and the Department of Geological Sciences. “Esse gradiente não é uma característica de longo prazo da biodiversidade da América do Norte”.

Apesar dos pesquisadores terem focado em ecossistemas antepassados, as descobertas têm implicações nos tempos atuais, segundo Finarelli. “Baseado em nossas descobertas de que regiões mais complexas são mais sensíveis às mudanças climáticas, áreas ameaçadas em regiões montanhosas deveriam ser um problema de conservação particular, respeitando a mudança climática causada por humanos”.

O trabalho também destaca a importância dos estudos que se fundem com as disciplinas de paleontologia e biogeografia, segundo Finarelli. “Casando esses dois, nós podemos ganhar uma compreensão melhor nos processos ecológicos e evolucionários, moldando o mundo que nos cerca”.


***Artigo retirado e traduzido do site: http://www.sciencedaily.com/releases/2010/05/100505163236.htm

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Golpe nas Unidades de Conservação Brasileiras

Lula pretende criar Lei que permita construção de hidrelétricas DENTRO das Unidades de Conservação!!!
Pouco mais de uma semana antes de licitar Belo Monte, o governo federal assinou um decreto liberando estudos de aproveitamento hidrelétrico EM ÁREAS PROTEGIDAS!!!

No dia 9 de abril, 11 dias antes de licitar a concessão da polêmica usina de Belo Monte, o governo federal deixou claro a opção de Lula de gerar energia não necessariamente de acordo com a lei, mas na marra. Sem grande alarde, e com a assinatura da atual ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, e a aquiescência da direção do ICMBio, o decreto abriu as unidades de conservação para o estudo de seu potencial hidrelétrico.

Na prática, o decreto 7154 fere mortalmente a lei que rege o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), que proíbe a exploração econômica, fora o turismo, em áreas de proteção integral como Parques Nacionais, e permite apenas atividades de baixo impacto em unidades como Reservas Extrativistas, característica que passa ao largo de qualquer projeto hidrelétrico.

Isso significa que, um belo dia, em nome da necessidade de gerar energia, o governo pode muito bem querer plantar uma barragem no Parque Tumucumaque ou na Floresta Nacional do Amapá. Além, claro de Lula, e de Izabela Teixeira, assinam o 7154 os ministros Paulo Bernardo e Márcio Zimmermann, responsáveis respectivamente pelas pastas de Planejamento e Minas e Energia.

Com a sanção, conseguir autorização de estudos de potencial hidrelétrico no interior de todas as unidades de conservação do território brasileiro será simples. O mesmo vale para as áreas de uso sustentável, como as reservas extrativistas. De acordo com o texto do decreto, será permitido não só o estudo de viabilidade energética como também a instalação de sistemas de transmissão e distribuição de energia.

O decreto permitirá ao governo tocar a segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento – que prevê a construção de dez usinas plataformas e 44 convencionais - sem os entraves ambientais que as unidades de conservação causavam antes da assinatura do 7154.

Responsável por fornecer as autorizações para entrada de funcionários do setor elétrico para análise da potencialidade hidrelétrica das unidades de conservação, a direção do Instituto Chico Mendes (ICMbio), que por lei deve zelar pela integridade das unidades de conservação do país, não parece preocupada. Ela nem se manifestou sobre o assunto. O Greenpeace tentou, através da assessoria do ICMBio, saber qual a opinião de Rômulo Melo, seu presidente, sobre o decreto. Melo, disseram, está em viagem, sem poder falar.



*** Matéria retirada do site do Greenpeace: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Golpe-nas-Unidades-de-Conservacao/
acesse essa página para ver o decreto 7154 completo

domingo, 16 de maio de 2010

Aquecimento Global Ameaça a Diversidade de Plantas

(ScienceDaily, 10 de Maio de 2010)

Nas próximas décadas, está previsto que a mudança climática irá resultar em mudanças globais nas condições de vida para as plantas, nas quais grandes diferenças regionais podem ser previstas a ocorrer. Onde hoje está frio, na maioria dessas regiões poderiam no futuro prover habitats para espécies adicionais, e em regiões áridas e quentes, os pré-requisitos climáticos de diversidade de plantas irão deteriorar-se. Essa é a conclusão na qual chegou um estudo realizado por cientistas das Universidades de Bonn, Göttingen e Yale, publicada no Proceedings of the Royal Society, em Londres.

O Dr. Jan Henning Sommer, da Bonn University´s Nees Institute for Biodiversity of plants, afirma “A mudança climática poderia trazer grande confusão para o padrão de diversidade de plantas existente, com conseqüências para os nossos ecossistemas e para a humanidade difíceis de prever.” O impacto potencial das mudanças climáticas na diversidade das plantas tem agora, pela 1ª vez, sido quantificado e modelado com bases regionais. Os pesquisadores investigaram os números de espécies de plantas a serem descobertas em diferentes regiões nas atuais condições climáticas, e a inter-relação subseqüente que eles descobriram tem agora sido aplicados à 18 diferentes cenários de mudanças climáticas para o ano de 2100.

Contudo, o estudo não permite nenhuma previsão a respeito do grau em que a biodiversidade de qualquer determinada região irá, de fato, se adaptar às novas condições ou, em outras palavras, se outras espécies irão migrar para regiões mais favorecidas, ou se as zonas desfavorecidas, na realidade, vão sofrer perdas massivas de espécies. “Isso seria prever o futuro. A adaptabilidade das espécies e suas interações no ecossistema pode, assim como o uso do solo pelo homem, exercer grande influência em suas distribuições. Esse é um campo que conhecemos muito pouco” Explica Sommer. Todavia, os estudos publicados dão um importante indicador do risco das escalas de imigração ou perdas que podem ser esperadas em determinadas áreas.

Globalização No Reino Vegetal

É possível que os piores efeitos do aquecimento global nos números de espécies vegetais possam ser sentidos nas floretas tropicais amazônicas na América do Sul. Para Alemanha e outras regiões temperadas do mundo, por outro lado, os cientistas esperam condições climáticas futuras, as quais irão promover a oferta de espaços habitáveis para um número maior de espécies. “Porém isso dificilmente pode ser descrito como um ganho, pois a redistribuição intensificada das espécies vegetais irá promover a uniformidade em todo o mundo na composição regional das espécies em detrimento das únicas que se adaptaram às condições especiais de habitat.” Fala Sommer. E como resultado, a globalização também atingiria o mundo das plantas.

Em seus estudos, os pesquisadores têm enfatizado a clara divisão de nosso planeta em duas partes como conseqüência do impacto das alterações climáticas sobre a biodiversidade vegetal. “A capacidade adicional de riquezas de diversidade de plantas poderia ser criada em todos os lugares onde hoje as condições climáticas frias e úmidas prevalecem” Segundo o Dr. Holger Kreft, jovem pesquisador de Bonn e co-autor do estudo, e que assumiu um cargo como professor júnior da Göttingen University. “Por outro lado, em áreas que hoje possuem clima tropical ou sub-tropical, que são climas pré-requisitos para altos números de espécies, irão se deteriorar”.

Os Autores Principais Das Mudanças Climáticas Menos Afetados

A divisão tem também uma dimensão política: as áreas favorecidas coincidem amplamente com as nações industrializadas, as quais são as maiores responsáveis pelo aquecimento do planeta somado à grande quantidade de emissões de gases com efeito estufa emitidos por eles. O estudo também mostra claramente as conseqüências de um policiamento hesitante do clima. A temperatura deve aumentar em média 1,8˚C em relação ao ano de 2000, então, a proporção de regiões favorecidas e desfavorecidas em termos de riquezas de espécies ainda estariam em equilíbrio. “Mesmo que as metas de proteção climática firmadas em Copenhagen forem alcançadas, ainda assim nós ainda tenderíamos a um aumento na temperatura na casa dos 4˚C”, segundo Sommer. Nesse caso, as perdas previstas na riqueza da diversidade vegetal iriam exceder consideravelmente possíveis ganhos em outras regiões.

“Os políticos de todo o mundo deveriam estar prestando maior atenção para o impacto da mudança climática na biodiversidade, uma vez que a mesma é a base da existência humana”, recomenda o professor Dr. Wilhelm Barthlott, diretor do Instituto Ness e co-autor do estudo. Ele e seu grupo de estudo estiveram investigando a diversidade global das plantas por 15 anos. Barthlott congratula o fato que as Nações Unidas tenha declarado 2010 o ano da biodiversidade. “Essa foi uma notícia importante!”


Esse estudo foi patrocinado pela Academia de Ciências e Literatura Mainz e pelo Ministério Federal para Educação e Pesquisa da Alemanha (BMBF).



** ARTIGO RETIRADO E TRADUZIDO DO SITE: http://www.sciencedaily.com/releases/2010/03/100323184611.htm