POR UMA AMAZÔNIA PRESERVADA

Este blog é uma ferramenta alternativa de notícias sobre o meio-ambiente e suas problemáticas, pretendendo alcançar os mais variados públicos possíveis, e em especial os jovens acadêmicos. Isso é para que juntos possamos lutar pela proteção de nossa biodiversidade e pela conscientização de nossa tão teimosa espécie humana.

Dedico esse blog alternativo para um grande ambientalista do nosso estado, dr. Paulo Roberto Neme do Amorim, proprietário da RPPN REVECOM, e sua incansável luta por uma Terra melhor. Estarão sempre presentes notícias e curiosidades sobre a reserva REVECOM.

“Sempre falamos em deixar uma Terra melhor para nossos filhos, questiono-me sobre quando vamos pensar em deixar filhos melhores para nossa Terra!!!”


sábado, 27 de março de 2010

UMA AMEAÇA QUÍMICA À SOLTA


Disruptores Endócrinos

Disruptores Endócrinos são substâncias químicas (como Dioxinas, PCB´s, agrotóxicos, ftalatos, alquilfenóis e o Bisfenol-A) produzidas pelo homem, que representam uma perigosa ameaça para a existência não só do próprio homem, mas também para todos animais na Terra.

Estas substâncias interferem no funcionamento do sistema hormonal substituindo os hormônios naturais, bloqueando a ação hormonal ou aumentando ou diminuindo os níveis de hormônios naturais. Há ainda, o risco de defeitos congênitos em bebês em formação, que pode resultar em má formação das áreas genitais e aumento de risco de câncer de mama, ovários, próstata e útero, em adultos.

O que assusta é a quantidade de materiais utilizados banalmente, que contém estas substâncias. Fora a quantidade de novos produtos químicos que entram anualmente no mercado, sem um estudo aprofundado de seus riscos.

Essa contaminação chegou à um nível global, ameaçando mesmo as áreas onde não há presença humana. O que observamos é uma ameaça à sobrevivência de nossa e de muitas outras espécies.

Segue abaixo um artigo interessante (porém, mais assustador ainda):


PLÁSTICOS RESISTENTES SE DECOMPÕEM NOS OCEANOS, LIBERANDO DISRUPTOR ENDÓCRINO BPA

ScienceDaily (24 de Março de 2010)


Cientistas relataram uma contaminação global muito difundida das areias e águas oceânicas pelo disruptor endócrino bisfenol-A (BPA), e afirmaram que o BPA provavelmente se originou de fontes surpreendentes: Plásticos resistentes descartados como lixo nos oceanos, e tintas plásticas epóxi utilizadas para selar os cascos de navios.

“Nós ficamos muito surpresos em descobrir que plástico policarbonato é biodegradável no meio-ambiente”, disse Katsuhiko Saido, PhD. Ele relatou na Discovery em 23 de março, no Encontro Nacional da Sociedade Americana de Química, que ocorreu em São Francisco.

Saido e Hideto Sato, PhD, e colegas estão com a Nihon University Chiba, Japão. “Policarbonatos são plásticos muito resistentes; tão resistentes, que são utilizados para a fabricação de alças de chaves de fenda, lentes de óculos à prova de danos, e outros produtos muito duráveis”. Essa descoberta desafia a opinião pública mundial de que plásticos resistentes permanecem inalterados na natureza por décadas ou séculos. A degradação, é claro, libera o BPA para o meio-ambiente.

A equipe analisou amostras de areias e água do mar de mais de 200 cidades, em 20 países, a maioria no sudeste da Ásia e norte da América. Todas apresentaram o que Saido descreveu como uma “significativa” quantidade de BPA, variando de 0,01 partes por milhão (ppm) à 50 ppm. Eles concluíram que policarbonatos e resinas de revestimento epóxi eram a principal fonte.

Em pesquisa divulgada nas AC´S, em agosto de 2009, no Encontro Nacional, Saido e colegas primeiro derrubaram o mito sobre a eterna qualidades dos plásticos. Eles revelaram que plásticos leves e espumados se decompõe rapidamente em temperaturas naturais dos oceanos. Durante o processo de decomposição, esse plástico libera substâncias potencialmente tóxicas. Em uma nova entrevista, Saido e sua equipe agora adicionaram plásticos resistentes e resinas epóxis, para a categoria de plásticos que se decompõe nas temperaturas dos oceanos. Milhões de galões de resinas epóxi são usados a cada ano para selar os cascos dos navios, protegendo-os de ferrugem e incrustações por cracas e outros depósitos.

“Quando a resina epóxi se decompõe, ela libera BPA, um típico disruptor endócrino”, explicou Saido. “Essa nova descoberta demonstra claramente a instabilidade do epóxi, e mostram que as emissões de BPA, originárias do epóxi, realmente atingem o oceano. Estudos recentes mostraram que moluscos, crustáceos e anfíbios poderiam ser afetados pelo BPA, mesmo em baixas concentrações”.

Ele afirmou que plásticos descartados estão encontrando seus caminhos na natureza através dos lixos, e que também podem ser transportados pelas águas até os oceanos, espalhando essa poluição em um nível global. A cada ano, uma quantidade equivalente a 150.000 toneladas de detritos plásticos são acumulados nas margens apenas do Japão, segundo Saido. Vastas extensões de resíduos, na sua grande maioria compostos por plásticos, flutuam para qualquer lugar do mundo nos oceanos. O chamado Great Pacific Garbage Patch (um depósito de lixo), entre Califórnia e Havaí possui duas vezes o tamanho do Texas, e é constituído, principalmente, por resíduos plásticos. De fato, os materiais plásticos são os maiores constituintes de lixo marinho, segundo Saido. “Esse processo é acelerado pelas baixas temperaturas em que a degradação do plástico pode ocorrer, temperaturas presentes nos oceanos”, ele acrescenta.

“Os detritos de plástico nas águas marinhas constituirão, certamente, uma nova contaminação global dos oceanos de longo prazo para o futuro”, prediz Saido.


Artigo retirado e traduzido do site: http://www.sciencedaily.com/releases/2010/03/100323184607.htm



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