POR UMA AMAZÔNIA PRESERVADA

Este blog é uma ferramenta alternativa de notícias sobre o meio-ambiente e suas problemáticas, pretendendo alcançar os mais variados públicos possíveis, e em especial os jovens acadêmicos. Isso é para que juntos possamos lutar pela proteção de nossa biodiversidade e pela conscientização de nossa tão teimosa espécie humana.

Dedico esse blog alternativo para um grande ambientalista do nosso estado, dr. Paulo Roberto Neme do Amorim, proprietário da RPPN REVECOM, e sua incansável luta por uma Terra melhor. Estarão sempre presentes notícias e curiosidades sobre a reserva REVECOM.

“Sempre falamos em deixar uma Terra melhor para nossos filhos, questiono-me sobre quando vamos pensar em deixar filhos melhores para nossa Terra!!!”


domingo, 28 de março de 2010

PERMAFROST: Mais uma problemática do aquecimento global



Os permafrost são um tipo de solo que ocorrem em altas altitudes permanentemente geladas (regiões montanhosas) e em altas longitudes (regiões árticas). Em sua grande parte, este tipo de solo já está congelado há milhares de anos e é composto por resto de animais e plantas que se decompõe de maneira extremamente lenta, absorvendo carbono e armazenando-o como matéria orgânica. Estima-se que o carbono armazenado nas regiões árticas e boreais é mais do dobro que o anteriormente estimado, resultando em uma média de 1,5 bilhões de toneladas de carbono congelado.

Porém, estudos e observações realizados mostraram que 20%da superfície das terras congeladas do planeta e mais de 1/3 do permafrost estão para degelar, e em algumas áreas já está degelando devido às alterações climáticas, resultado da ação (e inconsequência) do homem. O grande perigo do derretimento das áreas de permafrost é devido à grande reserva de carbono que elas representam (inclusive na forma de metano), oriunda da matéria orgânica de plantas e animais. Com o derretimento dessas áreas, o solo rico em matéria orgânica fica exposto e começa o processo acelerado de decomposição dessa matéria, onde as bactérias “quebram” o carbono presente, liberando dióxido de carbono e, principalmente, o potente gás de efeito estufa, metano (em média, 25 vezes mais eficiente que o CO₂).

Esses eventos aumentariam as nossas problemáticas de mudanças climáticas e super-aquecimento do nosso planeta, o que nos obriga a repensar e rever conceitos sobre a emissão exacerbada e irresponsável de CO₂ em nosso planeta.

As conseqüências dessa cadeia de eventos, podem ser observadas na figura 2.


***Para mais informações, recomendo o site:

- http://henriquecortez.wordpress.com/2009/07/01/grandes-depositos-de-carbono-congelado-ameacam-agravar-as-mudancas-climaticas/

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Segue abaixo um artigo retirado e traduzido do site :

http://www.sciencedaily.com/releases/2009/10/091014144729.htm


O ÁRTICO TEM POTENCIAL PARA ALTERAR O CLIMA DA TERRA: OS TERRENOS E MARES DO ÁRTICO POSSUEM UMA RESERVA DE ATÉ 25% DO CARBONO SUBMERSO DO MUNDO

ScienceDaily (15 de outubro de2009)


Em um novo estudo, publicado pela Ecological Monographs, ecologistas estimam que os terrenos e mares árticos são responsáveis por deter cerca de 25% da rede global de dióxido de carbono atmosférico submerso. Sobre atuais previsões de aquecimento global, esse depósito subterrâneo congelado no ártico, poderia ser diminuído ou revertido, acelerando potencialmente as taxas de mudanças climáticas já previstas.

Em suas notas de revisão, David McGuire do U.S. Ecological Survey e a Universidade do Alaska com Fairbanks e colegas, mostraram que o Ártico tem sido um depósito submerso de carbono desde a última era glacial, o qual, ao longo do tempo, acabou por representar entre 0 a 25%, chegando a contabilizar uma média de 800 milhões de toneladas, das reservas subterrâneas de carbono. Segundo McGuire, o Ártico, em média, retém entre 10 a 15% das reservas subterrâneas de carbono da Terra. Porém, a acelerada mudança climática no Ártico - que é o dobro da ocorrida em latitudes mais baixas – poderia eliminar esse reserva subterrânea e, possivelmente, fazer do Ártico uma fonte emissora de dióxido de carbono.

Geralmente, o carbono penetra nas massas de terra e água do Ártico a partir da atmosfera, acumulando-se amplamente na forma de permafrost, uma camada congelada de solo, abaixo da superfície. Ao contrário de solos ativos, o permafrost não decompõe seu carbono; ao invés disso, o carbono fica retido no solo congelado. As temperaturas baixas na superfície também contribuíram para a baixa taxa de decomposição de matéria orgânica, segundo MacGuire, permitindo uma excessiva acumulação de carbono.

Porém, recentes tendências alarmantes poderiam alterar esse equilíbrio. Temperaturas mais quentes podem acelerar o nível de derretimento do gelo na superfície, liberando mais carbono para a atmosfera. O mais preocupante, segundo McGuire, é que o permafrost já começou a derreter, expondo parte do solo congelado à decomposição e erosão. Essas mudanças poderiam reverter o papel histórico do Ártico como reserva subterrânea de carbono.

“Em termos curtos, temperaturas mais quentes no Ártico poderiam expor mais carbono à decomposição”, diz McGuire, “e com o derretimento dos permafrost, haverá mais carbono livre se decompondo”.

Em um espaço de poucas décadas, o derretimento do permafrost também poderia resultar em mais regiões alagadas no Ártico, segundo McGuire, uma situação que poderia incentivar a atividade de organismos produtores de metano. Atualmente, o Ártico é uma considerável fonte emissora de metano para a atmosfera. Um total de 50 milhões de toneladas de metano é liberado por ano, em comparação com os 400 milhões de toneladas de dióxido de carbono que o Ártico retém anualmente. Mas, o metano é um gás de efeito estufa muito potente – cerca de 23 vezes mais eficiente no aquecimento global do que o dióxido de carbono, em uma escala de 100 anos -. Se a liberação de metano no Ártico aumentar, o aquecimento global poderia aumentar em taxas muito mais rápidas.

“Nós não compreendemos o metano muito bem, e a sua emissão na atmosfera é mais episódica do que as alterações nas taxas de dióxido de carbono”, diz McGuire, “é importante voltar as atenções para a dinâmica do metano, devido ao seu relevante potencial de acelerar o aquecimento global”.

Porém, as incertezas ainda são muitas sobre a responsabilidade do sistema ártico com as mudanças climáticas. Por exemplo, os autores mencionam que o aquecimento global pode produzir longas temporadas de crescimento, promovendo a fotossíntese das plantas, a qual removeria o dióxido de carbono da atmosfera; contudo, as crescentes condições de seca poderiam neutralizar e conter este efeito. Da mesma forma, condições de seca podem levar ao aumento de queimadas, liberando mais carbono.

McGuire sustenta, que somente estudos regionais específicos podem determinar quais áreas são mais propícias a sofrer alterações em resposta à mudança climática.

“Se a responsabilidade do ciclo do carbono ártico para as mudanças climáticas resultar em uma rede considerável de liberação de gases de efeito estufa, isso poderia comprometer os pequenos esforços que temos em mente para o controle do ciclo do carbono”, ele afirma.

Este estudo foi patrocinado por Arctic Monitoring and Assessment Program, Climate in the Cryosphere Program e International Arctic Science Committee.




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