(ScienceDaily, 10 de Maio de 2010)
Nas próximas décadas, está previsto que a mudança climática irá resultar em mudanças globais nas condições de vida para as plantas, nas quais grandes diferenças regionais podem ser previstas a ocorrer. Onde hoje está frio, na maioria dessas regiões poderiam no futuro prover habitats para espécies adicionais, e em regiões áridas e quentes, os pré-requisitos climáticos de diversidade de plantas irão deteriorar-se. Essa é a conclusão na qual chegou um estudo realizado por cientistas das Universidades de Bonn, Göttingen e Yale, publicada no Proceedings of the Royal Society, em Londres.
O Dr. Jan Henning Sommer, da Bonn University´s Nees Institute for Biodiversity of plants, afirma “A mudança climática poderia trazer grande confusão para o padrão de diversidade de plantas existente, com conseqüências para os nossos ecossistemas e para a humanidade difíceis de prever.” O impacto potencial das mudanças climáticas na diversidade das plantas tem agora, pela 1ª vez, sido quantificado e modelado com bases regionais. Os pesquisadores investigaram os números de espécies de plantas a serem descobertas em diferentes regiões nas atuais condições climáticas, e a inter-relação subseqüente que eles descobriram tem agora sido aplicados à 18 diferentes cenários de mudanças climáticas para o ano de 2100.
Contudo, o estudo não permite nenhuma previsão a respeito do grau em que a biodiversidade de qualquer determinada região irá, de fato, se adaptar às novas condições ou, em outras palavras, se outras espécies irão migrar para regiões mais favorecidas, ou se as zonas desfavorecidas, na realidade, vão sofrer perdas massivas de espécies. “Isso seria prever o futuro. A adaptabilidade das espécies e suas interações no ecossistema pode, assim como o uso do solo pelo homem, exercer grande influência em suas distribuições. Esse é um campo que conhecemos muito pouco” Explica Sommer. Todavia, os estudos publicados dão um importante indicador do risco das escalas de imigração ou perdas que podem ser esperadas em determinadas áreas.
Globalização No Reino VegetalÉ possível que os piores efeitos do aquecimento global nos números de espécies vegetais possam ser sentidos nas floretas tropicais amazônicas na América do Sul. Para Alemanha e outras regiões temperadas do mundo, por outro lado, os cientistas esperam condições climáticas futuras, as quais irão promover a oferta de espaços habitáveis para um número maior de espécies. “Porém isso dificilmente pode ser descrito como um ganho, pois a redistribuição intensificada das espécies vegetais irá promover a uniformidade em todo o mundo na composição regional das espécies em detrimento das únicas que se adaptaram às condições especiais de habitat.” Fala Sommer. E como resultado, a globalização também atingiria o mundo das plantas.
Em seus estudos, os pesquisadores têm enfatizado a clara divisão de nosso planeta em duas partes como conseqüência do impacto das alterações climáticas sobre a biodiversidade vegetal. “A capacidade adicional de riquezas de diversidade de plantas poderia ser criada em todos os lugares onde hoje as condições climáticas frias e úmidas prevalecem” Segundo o Dr. Holger Kreft, jovem pesquisador de Bonn e co-autor do estudo, e que assumiu um cargo como professor júnior da Göttingen University. “Por outro lado, em áreas que hoje possuem clima tropical ou sub-tropical, que são climas pré-requisitos para altos números de espécies, irão se deteriorar”.
Os Autores Principais Das Mudanças Climáticas Menos Afetados
A divisão tem também uma dimensão política: as áreas favorecidas coincidem amplamente com as nações industrializadas, as quais são as maiores responsáveis pelo aquecimento do planeta somado à grande quantidade de emissões de gases com efeito estufa emitidos por eles. O estudo também mostra claramente as conseqüências de um policiamento hesitante do clima. A temperatura deve aumentar em média 1,8˚C em relação ao ano de 2000, então, a proporção de regiões favorecidas e desfavorecidas em termos de riquezas de espécies ainda estariam em equilíbrio. “Mesmo que as metas de proteção climática firmadas em Copenhagen forem alcançadas, ainda assim nós ainda tenderíamos a um aumento na temperatura na casa dos 4˚C”, segundo Sommer. Nesse caso, as perdas previstas na riqueza da diversidade vegetal iriam exceder consideravelmente possíveis ganhos em outras regiões.
“Os políticos de todo o mundo deveriam estar prestando maior atenção para o impacto da mudança climática na biodiversidade, uma vez que a mesma é a base da existência humana”, recomenda o professor Dr. Wilhelm Barthlott, diretor do Instituto Ness e co-autor do estudo. Ele e seu grupo de estudo estiveram investigando a diversidade global das plantas por 15 anos. Barthlott congratula o fato que as Nações Unidas tenha declarado 2010 o ano da biodiversidade. “Essa foi uma notícia importante!”
Esse estudo foi patrocinado pela Academia de Ciências e Literatura Mainz e pelo Ministério Federal para Educação e Pesquisa da Alemanha (BMBF).
** ARTIGO RETIRADO E TRADUZIDO DO SITE: http://www.sciencedaily.com/releases/2010/03/100323184611.htm
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